Público fica mais exigente com mudanças no Minha Casa, Minha Vida e oportunidades surgem no ES
As mudanças anunciadas em abril deste ano para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) representaram novas oportunidades no mercado imobiliário e para quem está em busca de um financiamento. Isso porque o governo federal reajustou as faixas que definem a renda que cada família pode ter para acessar os benefícios do programa, assim como aumentou o teto de financiamento de imóveis para até R$ 500 mil.
Segundo dados divulgados pelo Ministério das Cidades, o orçamento para 2025 bateu recordes. Foram destinados quase R$ 140 bilhões para prover casa própria e financiamento em todo o país. Esse cenário promissor já estimula o setor imobiliário brasileiro e, especialmente, do Espírito Santo, que também conta com iniciativas do governo estadual para reduzir o déficit habitacional.
Na prática, essas mudanças reorganizaram as faixas de financiamento e aumentaram o campo de atuação de construtoras e incorporadoras no país. Agora, famílias com renda entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil também podem fazer parte do programa com a possibilidade de financiamento em até 420 meses e taxas de juros anuais de até 10,50%.
10.069 UNIDADES
DO MINHA CASA, MINHA VIDA FORAM FINANCIADAS NO ES EM 2024
A Faixa 4, inclusive, que começou a operar em maio, não existia no modelo de atuação anterior do programa. Isso expande o número de pessoas que podem ser beneficiadas pelo MCMV e permite a remodelação das unidades ofertadas pelas construtoras e incorporadoras que têm como foco o Minha Casa, Minha Vida.

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O diretor comercial e de Marketing da Morar Construtora, Filippe Vieira, explica que a inclusão de uma renda maior e o aumento na faixa de preço do imóvel trouxe para o segmento um público ainda mais exigente. De acordo com ele, se antes era possível agregar itens de lazer como piscinas e espaços de convivência confortáveis, hoje em dia, já é possível pensar em aumentar essas áreas, tanto em número quanto em qualidade do que está disposto no ambiente.
“A Morar vem trabalhando com esse diferencial no mercado há um tempo, antes mesmo da mudança no programa, mas em uma quantidade menor. Essas alterações, agora, trouxeram mais flexibilidade para aumentar o número dessas tipologias dentro do segmento, dando mais opção para nossos clientes”, explica.
Demanda reprimida
Além de atrair um novo público, o novo teto para a Faixa 4 também liberou uma demanda reprimida e permitiu que muitas famílias pudessem sonhar com o financiamento da casa própria. Para o mercado, a visão é muito otimista, já que, segundo Aline De Martin, vice-presidente administrativo-financeiro da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), o aumento da capacidade de compra promete aquecer o setor.
Além de ampliar o número de pessoas contempladas, a nova faixa também fortalece o mercado imobiliário capixaba, gerando emprego e movimentando a economia. Boa parte das nossas unidades tinham valores acima de R$ 350 mil, que antes eram comercializadas fora do programa, a juros mais altos. Com a nova faixa, conseguimos enquadrar esses produtos, por exemplo.
Aline De Martin
Vice-presidente administrativo-financeiro da Ademi-ESQuem já conquistou um apartamento próprio, como a analista de marketing Luana Coutinho, define como a realização de um sonho. Ela conta que tudo só foi possível graças às condições especiais de financiamento do programa, uma vez que, junto da aquisição do imóvel, Luana também estava organizando o casamento com Arthur Fernandes. “Eu e meu marido planejamos comprar antes de casar para conseguirmos dar uma respirada, porque sabíamos que se a gente fosse fazer isso depois do casamento ia ser muito difícil”, relata.
Moradora de Porto Canoa, na Serra, Luana se mudou em outubro do ano passado e afirma que alcançar essa conquista tão cedo, aos 23 anos, foi algo muito especial. “Embora a gente sonhasse, achávamos muito difícil conseguir realmente comprar em um lugar bom”, pontua.
Além do apartamento da analista de marketing, foram contratadas 1.268.882 unidades até 31 de dezembro de 2024, de acordo com dados divulgados pelo governo federal. A Região Sudeste saiu na frente, com 548.865 imóveis, sendo 10.069 unidades no Espírito Santo.
Segundo a gestora comercial da MRV no Espírito Santo, Werlla Poleze, as oportunidades no mercado parecem ainda mais animadoras e as expectativas seguem em alta.
Com a mudança e a inclusão da faixa 4, que abrange rendas de R$ 8 mil a R$ 12 mil, conseguimos atingir uma fatia muito maior do mercado. Os juros para esse público estavam muito altos, e agora, dentro do MCMV, ficam em torno de 10,5%. A projeção é alcançar mais de 120 mil famílias. Com essa nova mudança, estimamos que 13% do nosso estoque será consumido por essa faixa.
Werlla Poleze
Gestora comercial da MRV no Espírito SantoComo financiar seu imóvel pelo Minha Casa, Minha Vida
1. Simulação do financiamento: por meio do site oficial da Caixa, é possível informar os dados e fazer uma simulação do financiamento.
2. Análise de crédito: simulação feita, é hora de fazer uma análise de crédito. Esse processo deve ser feito na agência de financiamento e, claro, é preciso levar em conta a própria organização financeira.
3. Análise de engenharia: essa etapa fica com a Caixa. O banco precisa fazer uma análise da construção para avaliar tanto o valor de venda quanto as condições de uso.
4. Contrato: com tudo encaminhado, o contrato é assinado. Lembrando que é preciso ter registro em cartório do documento para que o crédito seja liberado.
5. Pagamento: as parcelas devem ser pagas de acordo com o prazo estabelecido. Entretanto, é possível amortizar o saldo devedor ou até mesmo solicitar uma pausa no pagamento das prestações por meio do Internet Banking da Caixa.
Incentivos estaduais devem focar imóveis novos
No Espírito Santo, é fundamental que o foco do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) esteja nos imóveis novos, visto que eles são os geradores de emprego que irão retroalimentar a fonte de recursos do programa que é o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A afirmação é do diretor da Comissão de Habitação de Interesse Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Estevão Barbosa de Souza.
A expectativa para o próximo ano é que o programa continue priorizando o crédito a imóveis novos, o que viabiliza novos lançamentos. Entendemos que este ponto é fundamental para o sucesso do MCMV, que tem como objetivo o combate ao déficit habitacional e a inclusão social no Brasil.
Estevão Barbosa de Souza
Diretor da Comissão de Habitação de Interesse Social do Sindicato do Sinduscon-ESEstevão também acredita que o olhar do governo do Estado, no que diz respeito ao programa Nossa Casa, replica o entendimento do governo federal na priorização dos recursos para os imóveis novos. O programa Nossa Casa é uma iniciativa do governo capixaba que oferece a concessão de R$ 20 mil para famílias com renda de até três salários mínimos, que não possuem imóveis. O valor é destinado ao pagamento da entrada de um imóvel financiado no Minha Casa, Minha Vida, por meio da Caixa.
“Detectamos que algumas famílias não tinham o dinheiro para dar entrada e, como o banco nem sempre financia o valor total – muitas vezes, fica em torno de 80% do valor da unidade –, muitas delas acabavam não comprando. O programa começou a operar em março do ano passado e já oferecemos mais de 3.280 financiamentos de lá para cá”, relata o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Marcos Soares.
Ele ainda explica que o processo é bem simples e o benefício pode ser solicitado ao governo do Estado pelo celular. A Caixa, então, fica responsável por repassar o dinheiro diretamente para o vendedor de quem ele está comprando o imóvel.
O diretor técnico da Monopoly, Lucas Fabre, reforça que todas as alterações e os benefícios citados constroem um sistema que combate a inflação. “Isso dá um pouco mais de margem para trabalhar e pelo menos reajustar o produto de acordo com a inflação. Porque o custo de obra hoje é bem pesado, assim, você não consegue mais aproveitar a base de dados de uma obra anterior, porque a mão de obra está se reajustando mais que a inflação”, destaca.
Oportunidades no mercado
Entre as oportunidades disponíveis no mercado capixaba, a Morar Construtora conta com o Colina das Amoras, em Vila Velha. Com apartamentos de dois e três quartos e opções com suíte e quintal privativo, o empreendimento inclui 1.000m² de lazer, com piscinas adulto e infantil, prainha, espaço gourmet, salão de festas aberto e fechado, sala de ginástica, praça, pomar, espaço pet, quadra e churrasqueiras.
A De Martin Construtora tem como lançamento o Villa Verde Condomínio Clube. O empreendimento tem unidades térreas com quintal gramado, lazer incluindo piscinas, churrasqueira, área para crianças e salões de festas. O projeto também foca sustentabilidade, comodidade e segurança, oferecendo sistema de reaproveitamento de água da chuva, entre outros diferenciais.
O Giardino Florença, da MRV, em Valparaíso, na Serra, tem localização estratégica em frente ao Parque da Cidade. O empreendimento, ainda sem data de lançamento oficial, conta com unidades de dois quartos com opção de varanda. Os interessados podem fazer cadastro no site.
Já o Vila Serrana, também da MRV, oferece apartamentos de dois quartos com opção de varanda, projetados para oferecer conforto, segurança e qualidade de vida. Localizado em Campinho da Serra II, o empreendimento também inclui espaços de lazer e toda a estrutura de referência da construtora.
fonte: https://www.agazeta.com.br/imoveis/inovacao/publico-fica-mais-exigente-com-mudancas-no-minha-casa-minha-vida-e-oportunidades-surgem-no-es-0925
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