Classe média terá novo modelo para financiar imóveis, aposta de Lula junto ao BC

Expectativa é melhorar a oferta de crédito para financiar imóveis até R$ 1,5 milhão, com alternativas para reduzir a pressão sobre a Poupança



Em meio ao reforço do discurso que busca amplificar medidas de "justiça tributária" entre os mais ricos e mais pobres, no cálculo eleitoral, o presidente Lula não deixou de fora a parcela intermediária da população e finaliza, junto ao Banco Central (BC), um novo pacote de ações para destravar o crédito imobiliário para a classe média financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão. Em busca de facilitar e baratear o acesso ao crédito, o presidente avalia medidas que flexibilizem a liberação de recursos da Poupança e gerem maior atratividade a linhas atreladas à inflação (IPCA). 

Na última terça-feira, ainda sem revelar muitos detalhes, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enfatizou que entre as medidas em análise estão a flexibilização dos volumes de Poupança retidos no BC e o estímulo a contratos atrelados ao IPCA.

Para injetar mais recursos via Poupança, o governo busca reduzir os 20% do total de recursos depositados que ficam retidos no Banco Central como forma de depósitos compulsórios. Atualmente, 65% dos depósitos são direcionados obrigatoriamente para o crédito imobiliário, restando ainda 15% a serem usados livremente pelos bancos em outras frentes. 

A redução do depósito compulsório já é um pedido antigo da construção civil, justamente pela perda de protagonismo da Poupança, em meio à redução dos depósitos e aumento dos saques do fundo. Atualmente, a Poupança ainda é a principal fonte de recursos do crédito imobiliário, mas sua participação vem caindo: passou de 46% do funding do setor no fim de 2021 para 32% em 2024, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), reduzindo a base de recursos disponíveis para os financiamentos imobiliários e afetando, sobretudo, a disponibilidade de crédito para a classe média.

Essa redução, pela proposta avaliada pelo governo, no entanto, deve ocorrer no formato de "bônus", liberando para os bancos mais recursos para aplicação livre, à medida que é ampliado o volume do crédito imobiliário via Poupança, ampliando a rentabilidade das instituições financeiras e, ao mesmo tempo, controlando a injeção de dinheiro ao financiamento, para evitar um avanço da inflação. 

“Não vai ser nada do dia para a noite. A Poupança está aí há muitos anos, mas pode financiar essa transição para um modelo mais moderno, mais próximo do que vemos em países como Chile, Tailândia e África do Sul”, disse Galípolo. 

fonte: https://jc.uol.com.br/colunas/metro-quadrado/2025/07/13/classe-media-tera-novo-modelo-para-financiar-imoveis-aposta-de-lula-junto-ao-bc.html

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